quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

2009: um ano de realizações

O GELP teve uma intensa atividade neste ano. Foi muito bom contribuir para a formação acadêmica e profissional daqueles que nos procuraram para ampliar seu conhecimento acerca da língua portuguesa. Tivemos estudos de gramática, leitura, redação, orientação de projetos de pesquisa e de monografia. Diante disso, só podemos comemorar e desejar a todos que fizeram parte integrante do nosso grupo: BOAS FESTAS! QUE 2010 SEJA BASTANTE PRODUTIVO!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

GERUNDISMO:CASOS E ACASOS

Quando contamos um fato, fazemos o uso do verbo para expressar as ações, que podem representar o tempo presente (“Eu leio o jornal.”), o passado (“Eu li o jornal.”) ou o futuro (“Eu lerei o jornal.”). Há vezes, porém, em que queremos nos referir a algo que acontece no momento da fala, ou seja, quando a ação está em processo. Para isso, empregamos a forma do gerúndio (“Estou lendo o jornal.”).

Atualmente, o emprego do gerúndio tem sido considerado tão problemático, que boa parte dos estudiosos da língua portuguesa sugere que não seja usado, a fim de não se construírem frases incoerentes. Isso se deve ao fato de os falantes utilizarem-no repetida e inadequadamente em suas frases. É comum, numa sentença, encontrarmos uma sequência de ações expressas pelo gerúndio, tornando-a, por vezes, pouco clara: “O presidente da empresa declarou que não haverá demissões na empresa, mostrando a planilha de custos, fazendo uma previsão de orçamento para os próximos meses, prometendo pagar os salários em dia, mudando o quadro de desânimo, levando, assim, tranquilidade aos funcionários.” Ufa! Quanta coisa foi feita ao mesmo tempo! Será que todas essas ações poderiam ser realizadas realmente de forma simultânea? Vejamos: é possível, durante uma declaração (uma fala), mostrar uma planilha, fazer uma previsão e prometer algo. Entretanto a mudança no quadro de ânimo se dá após tudo isso, e não ao mesmo tempo; é preciso, primeiro, ouvir a declaração para, depois do que se ouviu, mudar o estado. O mesmo acontece com a última ação: levar tranquilidade. Ela é estágio final e se processa posteriormente a todas as ações antecedentes. Sendo assim, o uso de “mudando” e “levando” foi feito de modo incorreto.

Outro caso polêmico em relação ao uso do gerúndio é quando vem antecedido da construção “vai estar”, como, por exemplo: “Na próxima semana, vou estar pagando a dívida do banco.”; “Você vai estar recebendo o livro amanhã.”; “Pode deixar que, na semana que vem, vou estar dando uma resposta a você.” O emprego dessa construção, conhecida como “gerundismo”, não é adequado, uma vez que a estrutura indica ação duradoura ou contínua. No primeiro caso, a pessoa passaria a semana inteira pagando a mesma dívida (Bom para quem recebe!); no segundo, o livro seria entregue várias vezes à mesma pessoa (Quantos livros chegariam num dia?); no terceiro, a resposta seria dada durante toda a semana (Nossa! Que resposta longa!).

Tal estrutura, porém, é legítima na língua portuguesa, quando usada com a idéia de futuro, se representar algo que será feito ao mesmo tempo em que outro. Exemplo: “À noite, quando você estiver dormindo, vou estar trabalhando para adiantar o serviço.” Aqui, pode-se perceber que as ações serão realizadas simultaneamente: no mesmo período de tempo, um dorme e o outro trabalha.

Quanto ao aspecto gramatical é isso. O que deve nos preocupar, todavia, é o valor cultural que o gerundismo assumiu na língua: a falta de compromisso em relação a uma promessa. Na realidade, quando se diz “Vamos estar entregando sua encomenda da próxima semana.”, tem-se a promessa da entrega, mas não há um comprometimento quanto à data específica de fazê-la. Esse gerundismo, de forma nenhuma, deve ser aceito, tanto do ponto de vista da estrutura gramatical (a ação não é contínua) quanto do significado que confere à informação (não há garantias de que a encomenda chegará no período mencionado).

(Coluna “No quintal das palavras”. Artigo publicado no Lagos Jornal, Ano V, nº 465, Região dos Lagos, quinta-feira, 02-7-2009, p.4)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CRASE: FUSÃO, E NÃO CONFUSÃO.

A crase, entre os vários estudos da língua portuguesa, é um tema que oferece algumas dificuldades de entendimento. De modo geral, o falante a emprega na escrita, mas sem critérios bem definidos. Esse uso aleatório e intuitivo pode, inclusive, trazer problemas de clareza ao texto.

Antes de tudo, é preciso compreender o que realmente é crase. Ela é um fenômeno antigo na língua portuguesa, responsável pela forma atual de boa parte do nosso vocabulário, pois se refere à fusão de duas vogais iguais em uma só. Quando, hoje, escrevemos a palavra “pé”, temos aí o resultado de uma crase. Como se deu isso? No latim, esse vocábulo era escrito “pede”. Com o tempo, o “d” passou a ser pronunciado de uma forma tão débil, que foi suprimido, restando a forma “pee”. A presença de duas vogais iguais na palavra levou os falantes – como sempre, atendendo à lei do menor esforço – a fundi-las, o que fez surgir a forma atual. Portanto, na fase intermediária da sequência evolutiva desse vocábulo (“pede” > “pee” > “pé”), houve uma crase, isto é, a fusão da vogal “e”. Como o resultado dessa crase foi um monossílabo tônico (palavra com apenas uma sílaba dotada de acentuação), tornou-se necessário o uso do acento agudo, a fim de atender à regra de acentuação referente a esse caso (Todo monossílabo tônico terminado em “e” deve ser acentuado graficamente.).O mesmo fenômeno ocorreu com “nu” (“nudu” > “nuu” > “nu”) e com “cor” (“colore” > “color” > “coor” > “cor”), em que as vogais “u” e “o”, respectivamente, foram fundidas para gerar as formas contemporâneas do português.

Ao contrário do que se pensa, a crase não aparece somente na escrita. A nossa fala é bastante permeada por esse fenômeno. Em inúmeras situações, fundimos vogais iguais que se encontram na estrutura da frase. Ao falarmos, de modo espontâneo, a sentença “A casa azul está alugada.”, fazemos a fusão do “a” final de “casa” e “está” com o inicial de “azul” e “alugada”, respectivamente. Podemos representar essa pronúncia da seguinte maneira: “A casazul estalugada.”. Esse é um exemplo de como a crase aparece frequentemente na comunicação oral.

Na escrita, porém, a crase deve ser identificada para o leitor com o acento grave (aquele tracinho inclinado para a esquerda). Nesse caso, seu uso se restringe ao encontro da preposição “a” (exigida pela palavra anterior) com o artigo definido “a” (exigido pela palavra feminina posterior) ou o “a” inicial dos pronomes demonstrativos “aquele”, “aqueles”, “aquela” e “aquelas”. Sendo assim, na frase “Ele se dirigiu à cidade mais próxima.”, houve a crase da preposição “a” exigida pelo verbo “dirigir-se” (Alguém se dirige a algum lugar.) com o artigo exigido pela palavra “cidade” (Dizemos: “A cidade mais próxima fica a 10km.”, e não “Cidade mais próxima fica a 10km.”). Para deixarmos claro ao leitor de que houve esse fenômeno linguístico, sinalizamos com o acento grave no “a” craseado (fundido).

Se tomarmos como base o fato de somente ocorrer a crase nesses casos e com essas características, fica mais fácil de entender que jamais devemos colocar o acento grave diante de vocábulos que não admitem artigo feminino, como, obviamente, palavras masculinas (“Foi morto a tiro.”) ou artigo indefinido (“Referiu-se a uma pessoa da platéia...”), além de verbo (“Tudo a partir de 1,99”), determinados pronomes (“Disse tudo a ela.”; “Solicito a Vossa Senhoria...”; “Compareci a essa festa.”; “Pediu a cada um de nós...”), entre outros. Quando a palavra anterior não exige preposição “a”, teremos apenas o artigo referente ao nome posterior. Em “Comprei a loja.”, o verbo “comprar” não precisa de preposição (Alguém compra algo.), logo o “a” se trata do artigo exigido pelo nome feminino “loja” (Dizemos: “A loja foi comprada.”, e não “Loja foi comprada.”).

Portanto não é preciso ocuparmos nossa memória (já lotada de dados) com um mundo de regras. Na verdade, é possível pensar (e não decorar) sobre o uso da crase dentro da estrutura da frase escrita. Ela consiste num fenômeno linguístico coerente e à nossa disposição para que possamos nos comunicar de modo eficiente.

(Coluna “No quintal das palavras”. Artigo publicado no Lagos Jornal, Ano V, nº 460, Região dos Lagos, quinta-feira, 25-6-2009, p.4)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

HÍFEN: TER OU NÃO TER? EIS A QUESTÃO.

O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa trouxe várias alterações no uso do hífen em palavras compostas. Tendo em vista contradições e omissões da reforma, algumas dessas regras, tiveram a necessidade de serem discutidas e esclarecidas pela Academia Brasileira de Letras. Com isso, a interpretação feita, unilateralmente, pelos linguistas brasileiros determinou o que representava no texto da lei as expressões “certos compostos”, “em certa medida”, “noção de composição” e os vários “etc.” (até mesmo nas exceções), o que, ainda, suscita algumas polêmicas.

De maneira geral, o espírito sugerido pelo Acordo de se levar à queda do hífen foi respeitado pela ABL, e as exceções ficaram restritas às palavras citadas antes do termo “etc”. Após essas decisões, já nos é possível identificar o que especificamente mudou nas regras do uso do hífen. Essa normatização já está sistematizada no mais recente Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (mais conhecido entre os especialistas como VOLP).

Agora, não há hífen nos casos em que o primeiro elemento termina por vogal diferente da que inicia o segundo: antiaéreo, autoajuda, autoescola, autoestrada, autoexame, contraindicação, extraoficial, infraestrutura, intrauterino, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido. Se as vogais forem iguais, mantém-se o hífen: auto-observação, contra-almirante, arqui-inimigo, micro-ondas, micro-ônibus, semi-interno. Para esse caso, a exceção se restringe ao elemento “co”, que mantém a junção: coobrigação, coocupante, coordenação, cooperação.

Quando o primeiro elemento termina por vogal e o segundo, por “r” ou “s”, não se emprega mais o hífen, mas há a necessidade de se duplicar tais consoantes: antessala, antirreligioso, autorretrato, antirrugas, antissocial, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregimento, extrasseco, extrassístole, infrassom, intrarrenal, minissaia, missérie, suprarrenal, suprassensível, ultrarromântico, ultrassonografia, ultrassecreto.

Um dos pontos mais polêmicos quanto à queda do hífen foi a observação relacionada a “certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição”, tais como girassol, madressilva, mandachuva, paraquedas, paraquedista, pontapé. As questões são: 1) se não há pesquisas científicas sobre essa perda de “noção de composição”, quais os critérios para a relação dessas palavras? 2) o que se quer dizer, precisamente, com a expressão “em certa medida”? 3) se o texto da lei termina a lista com “etc.”, como saber quais são essas outras palavras?

Um aspecto novo no Acordo diz respeito aos nomes de lugares, para os quais, antes, não havia nenhuma regra. Aqueles iniciados por “grã” ou “grão” ou por verbo recebem hífen (Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro), assim como os ligados por artigo (Baía de Todos-os-Santos). Já Guiné-Bissau e Timor-Leste figuram como exceções à regra.

Outro caso novo é o das palavras relacionadas a espécies vegetais e animais, que devem ser grafadas com hífen. Assim, temos água-de-coco, azeite-de-dendê, couve-flor, bem-te-vi, bico-de-papagaio para a planta. Para o problema de coluna ou de nariz adunco, a forma é bico de papagaio, uma vez que está fora desse contexto.

A última novidade da reforma está nas palavras que se ligam, formando encadeamento vocabular, como, por exemplo, ponte Rio-Niterói, ponte aérea Rio-São Paulo, que, agora, devem ser unidas pelo hífen. Antes, a escrita era feita com o uso do travessão (“–“). Ou seja: é só diminuir o tamanho do traço.

A ABL fez várias sugestões para preencher as lacunas deixadas pelo novo Acordo Ortográfico. Para nós, brasileiros, no entanto, tais orientações assumem o valor de lei, o que não é certo de ser acatado por Portugal. Devemos ter atenção, inclusive, às publicações didáticas ditas “atualizadas conforme o acordo”, feitas no ano passado com o propósito de garantir a cota de venda ao governo brasileiro, uma vez que não trazem as últimas decisões da ABL.

Na realidade, é preciso muita calma nessa hora: temos até 2012 para internalizar tudo isso!

(Coluna “No quintal das palavras”. Artigo publicado no Lagos Jornal, Ano V, nº 455, Região dos Lagos, quinta-feira, 18-6-2009, p.4)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

AFINAL, O QUE MUDA COM O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO?

A língua portuguesa é o único idioma do Ocidente com duas grafias oficiais, a de Portugal e a do Brasil. Esse é o motivo principal de haver uma preocupação em unificar a sua ortografia, com o objetivo de se dispor de uma ferramenta mais apta a uma aproximação entre os países que a utilizam como meio de comunicação oficial, assim como acontece com os países de língua espanhola, francesa e inglesa. Com o novo Acordo Ortográfico, será possível uma melhor circulação de livros e documentos, sem que haja a necessidade de traduzi-los, por assim dizer, como também pode fazê-la conquistar o status de uma das línguas oficiais da ONU, facilitando, então, as relações políticas internacionais. Sendo assim, é fundamental saber quais as mudanças que teremos que incorporar – novamente para alguns – quanto à ortografia.

O nosso alfabeto foi o primeiro a ser alterado. Agora, passa a ser formado por 26 letras, com a inclusão de k, w e y. Essas letras devem ser usadas em siglas e símbolos (km, para quilômetro), nomes próprios (Karla, Yasmim, Wagner), palavras estrangeiras e seus derivados (Kant, filósofo alemão, e kantismo, relativo a ele).

Uma alteração drástica foi a eliminação do trema no u átono (fora da sílaba tônica) pronunciado nos grupos gue, gui, que e qui. Lembra-se daqueles dois pontinhos em cima dessa letra, há tempo já não mais usado no dia-a-dia? Pois é, agora é oficial. A partir deste ano, é para se escrever: aguentar, bilíngue, linguiça, pinguim, cinquenta, frequência, delinquir e tranquilo. Isso vale até mesmo na poesia, que possui licença especial no uso da língua. A exceção (que não pode faltar, é claro) fica para os casos das palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros, como, por exemplo, mülleriano (de Müller).

Outra parte afetada foi a acentuação das palavras. Segundo as novas regras, o acento circunflexo (o “chapeuzinho”, para os mais íntimos) desaparece sempre que há letras dobradas. É o caso das formas verbais na 1ª pessoa do singular (referente a “eu”) abençoo, coroo, coo, moo, perdoo e povoo e na 3ª do plural (referente a “eles”) creem, deem, leem e veem, assim como seus derivados descreem, desdeem, releem e reveem. O mesmo acontece para palavras com o hiato (encontro de vogais em sílabas diferentes) oo, como, por exemplo, voo(s) e enjoo(s).

Os acentos diferenciais, empregados para distinguir palavras de mesma grafia, foram eliminados em quase todas as palavras. Dessa forma, não há mais distinção na escrita nos casos de para, preposição ou verbo, pelo e pela (substantivo, verbo ou a união da preposição “per” mais o artigo “o” e “a”), pera (substantivo apenas no singular ou antiga preposição) e polo (substantivo ou a união da preposição “por” mais o artigo “o”). Já podemos escrever sem preocupações: “Para ir ao trabalho, ele sempre para aqui.” ou “O pelo do animal estava espalhado pelo chão.”

Há, porém, acentos diferenciais que se mantiveram. É o caso do verbo pôr e da preposição por e do verbo “poder”, em que continua a diferença entre passado – pôde – e presente – pode. Assim, devem-se escrever as frases: “Eu preciso pôr meu carro por aqui.” e “Ele pode dizer que não pôde vir ontem à reunião por estar doente.” Além desses, existe o uso facultativo para as palavras fôrma e forma. Por isso, podemos escrever: “Não consegui encontrar uma forma de desamassar esta fôrma/forma de bolo.”

Quanto ao acento agudo, ele desaparece nos ditongos (encontro de duas vogais na mesma sílaba) abertos “ei” e “oi” das paroxítonas (com acento tônico na penúltima sílaba). Sendo assim, agora se escrevem: assembleia, boleia, colmeia, hebreia, ideia, panaceia, plateia; boia, heroico, jiboia, paranoico.

Há de se destacar que, nos ditongos abertos das monossílabas (com uma só sílaba, sendo ela tônica) e das oxítonas (com acento na última sílaba), não houve alteração. Logo continuam as grafias: anéis, papéis; céu, véu, chapéu; constrói, dói, herói.

O acento agudo também não mais existe no u tônico de algumas formas de verbos como, por exemplo, apazigue, averigue e argui, assim como nos hiatos antecedidos de ditongo, inclusive para o i, como em feiura, bocaiuva e cauila.

O caso problemático (para variar...) fica com o emprego do hífen, que deve receber um tratamento especial de nossa parte, uma vez que oferece (ainda) algumas dificuldades em função de orientações incompletas, por vezes incoerentes. Deixemo-lo para o próximo capítulo.

O certo é que, caro leitor ou leitora, você não precisa sair correndo ao cartório para mudar seu nome ou o de sua empresa. No Acordo, deixa-se claro que a grafia original de qualquer nome próprio, incluindo o das firmas comerciais, sociedades, marcas e títulos que estejam inscritos em registro público serão mantidos.

(Coluna “No quintal das palavras”. Artigo publicado no Lagos Jornal, Ano V, nº 450, Região dos Lagos, quinta-feira, 11-6-2009, p.4)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

VALE A PENA VER DE NOVO?

Depois de 18 anos de ampla discussão entre os países que têm o português como língua oficial, o Brasil adotou o novo Acordo Ortográfico, em vigor desde janeiro deste ano. Nós, brasileiros, aceitamos as mudanças propostas (ainda que nem todos concordem com elas) e começamos o processo de nos familiarizar com a nova grafia de determinadas palavras. Para alterar o vocabulário brasileiro em 0,43%, alguns empreendimentos foram feitos: a) o Presidente da República assinou decretos sobre a adoção e a implementação da reforma nos documentos oficiais e na mídia; b) já a partir do final de 2008, os meios de comunicação passaram a veicular, resumidamente, as novas regras; b) no mês de março de 2009, a Academia Brasileira de Letras, após seis meses de muitas análises e vários debates, lançou o novo “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa” – mais conhecido como VOLP entre os estudiosos da língua –, indicando a grafia oficial das palavras, com mais de 900 páginas, incluindo os verbetes em ordem alfabética, um lista de estrangeirismos, o texto integral do Acordo Ortográfico, com todos os anexos, relatórios e justificativas, entre outros; c) editoras fizeram a revisão dos textos de suas publicações, principalmente dos livros didáticos; d) professores saíram em busca de atualização a respeito do tema para poderem ensinar, com mais segurança, segundo essas novas regras. Enfim, houve uma mobilização geral no intuito nos adequarmos às mudanças estabelecidas pela reforma ortográfica.

Enquanto isso, em Portugal, a polêmica continuou, e o Acordo que altera o vocabulário português em 1,42%, mesmo oficializado mas ainda sem prazo para entrar em vigor, enfrenta resistência. No final do mês passado, chegou ao Parlamento uma petição assinada por 113.206 portugueses (cujo número mínimo para aceitação são 5 mil assinaturas), com o pedido de revisão de vários pontos da reforma ortográfica. Eles discordam da justificativa de que a reforma simplificaria a grafia, ajudando a combater o analfabetismo e a impor o português como língua internacional, uma vez que as mudanças propostas não têm base científica e linguística. Sua aceitação, portanto, poderá levar a língua portuguesa ao caos ortográfico.

Segundo os portugueses, algumas alterações ortográficas são confusas, visto que perdem o elo etimológico (relação com a origem da palavra), em determinados casos, a única explicação para tal representação na escrita. É o caso da possibilidade da eliminação de algumas consoantes “mudas”, gerada pela proposta da dupla grafia no novo Acordo. Por exemplo, para eles, antes da reforma, a palavra “aspecto” apresentava somente essa grafia, com a pronúncia opcional do “c”. Agora, há a dupla grafia – “aspecto” e “aspeto” – e a dupla pronúncia. Já em “acção”, o “c” não era pronunciado, apesar de existir na escrita. Com o Acordo, a grafia não apresenta mais o “c” – “ação”. A argumentação se fixa no seguinte questionamento: por que eliminar em alguns casos, e não em outros? Em resumo: o abandono da etimologia das palavras demonstra a falta de coerência interna nos critérios de mudança.

O fato é que, dos países lusófonos (de língua portuguesa), somente Brasil, Cabo Verde, Portugal e São Tomé aprovaram o acordo. Apenas o Brasil deu início, oficialmente, ao período de transição para implementação das regras propostas pela nova reforma ortográfica. Portanto, depois de pensarmos que a assinatura do Acordo encerrava as discussões oficiais sobre o tema, a polêmica foi reaberta. Resta-nos acompanhar o desenrolar dessa novela, em que os autores têm três opções para o último capítulo: 1) depois de tantas controvérsias, revogar o Acordo atual e retornar ao de 1971; 2) manter o atual, mesmo diante das discordâncias; 3)propor uma outra reforma ortográfica, que, profunda e verdadeiramente, unifique a língua portuguesa. Portugal, como um dos protagonistas, pelo visto, atua no sentido da primeira opção, e o Brasil, como o outro, já decidiu pela segunda.

(Coluna “No quintal das palavras”. Artigo publicado no Lagos Jornal, Ano V, nº 445, Região dos Lagos, quinta-feira, 4-6-2009, p.4)

sábado, 19 de setembro de 2009

ACORDO OU DESACORDO ORTOGRÁFICO?

Desde o momento em que se aprovou a nova reforma ortográfica entre os países de língua portuguesa que a polêmica se instaurou na mídia, nas instituições escolares e nas ruas. Como acontece em todos os processos de mudança, uns se posicionam contra e outros, a favor. No entanto, para se defender um dos pontos de vista, é necessário se conhecer um pouco da história dos acordos ortográficos anteriores entre Brasil e Portugal, a fim de se entender que o consenso nunca foi uma das características nessa tentativa de unificação das grafias do português.

A Linguística, como a ciência que estuda a linguagem humana, trouxe-nos o conhecimento das leis fonéticas. Ou melhor, com seus estudos iniciais no século XIX, foi possível observar que as línguas sofrem mudanças na forma como se pronunciam suas palavras; portanto haveria uma regularidade prevista para essas transformações. Isso permitiu que se estudasse a evolução da escrita das línguas com base científica. Tal investigação nos permitiu chegar à grafia etimológica, fundamentada na investigação da origem da palavra para explicar sua escrita num dado momento.

Essa perspectiva de estudo permitiu que, em 1904, com a publicação da obra “Ortografia Nacional” de Gonçalves Viana, começassem as discussões a respeito de uma regularização da escrita em Portugal. Antes disso, a escrita portuguesa não tinha regras definidas. Um exemplo disso é a representação da nasalidade, que poderia ser feita com a letra “m” e “n” após a vogal ou com til sobre ela. Num único texto, seria possível encontrar as seguintes grafias: “gemte” ou “gente”; ou ainda “grãde” (grande). Sendo assim, não havia a relação fonética com a consoante posterior, como teríamos mais tarde na regra aprendida nos primeiros anos da alfabetização: antes de “p” e “b” só se usa “m”, ou seja, pelo fato de a consoante nasal ser bilabial (produzida com o contato dos lábios), seu emprego só se dá diante de outra bilabial.

No Brasil, essa discussão chegou em 1907. A Academia Brasileira de Letras lançou a primeira proposta de uma grafia simplificada da língua portuguesa, a fim de regularizar suas publicações oficiais. Com isso, fez-se a organização de um vocabulário ortográfico, contendo mudanças que passariam a caracterizar o português brasileiro, uma vez que se diferenciava, em vários pontos, do sistema ortográfico de Portugal.

Foi, precisamente, no ano de 1911 que iniciou o desacordo entre Brasil e Portugal quanto a essa tentativa de uniformização da língua portuguesa. Uma decisão unilateral dos portugueses oficializou as mudanças sugeridas naquela obra de Gonçalves Viana. Tratado ainda como colônia, o Brasil não teve participação nos debates, tomando apenas conhecimento da reforma. Esse fato levou a Academia Brasileira a reexaminar as modificações propostas anteriormente e a oficializar tais regras de simplificação em 1929.

Em 1931, com o objetivo de corrigir essas posições divergentes, os dois países resolveram fazer o primeiro acordo ortográfico, adotando-se o sistema português de 1911. Daí, tornou-se obrigatório o uso da nova ortografia nas repartições públicas e nos estabelecimentos de ensino. No entanto, nos anos seguintes, algumas modificações a esse acordo foram propostas pelos dois países, para que atendessem às suas respectivas características da fala e, consequentemente, sua representação na escrita. Isto é: a uniformização propriamente dita ainda não se efetivara.

Surgiram, então, os acordos de 1943 e de 1945, que buscaram outras reformulações no sistema ortográfico dos dois países. Na prática, Portugal implementou os ajustes do segundo, e o Brasil, o do primeiro. E, ainda com o propósito de unificação, novas tentativas foram feitas em 1967, 1971 e 1973, buscando a incorporação de outras regulamentações do sistema ortográfico, mediante a retirada de algumas regras de acentuação. Mais uma vez, os acordos terminaram em fracasso.

Em 1986, no Rio de Janeiro, representantes portugueses, brasileiros e lusoafricanos (exceto Guiné-Bissau) tentaram uma unificação mais ampla entre as grafias da língua portuguesa. Para tanto, propuseram-se uma simplificação do sistema de acentuação gráfica e o fim dos acentos nas palavras paroxítonas e proparoxítonas. Considerou-se o projeto muito radical e, diante da reação polêmica contra ele, principalmente em Portugal, foi rejeitado, para evitar, como dito na época, a “desagregação do idioma”.

Somente em 1990, em Lisboa, os dois países chegaram a uma concordância quanto à ortografia comum. Com alterações menos profundas, a nova reforma ortográfica da língua portuguesa ampliou a área de abrangência, incorporando os outros países do mundo que têm o português como língua oficial (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe), passando a valer, a partir de 2009 (portanto após 18 anos de debates), para os documentos oficiais e a mídia. No ensino público, inicia seu processo de implementação em 2010 e, até 2012, as novas regras deverão ser adotadas para todo o ciclo escolar.

As modificações implementadas na grafia portuguesa, dessa vez, objetivam uma delimitação mais nítida das diferenças entre os usuários da língua portuguesa, privilegiando as pronúncias portuguesa e brasileira. Essas particularidades justificam, no atual acordo, a existência de dupla grafia para algumas palavras, como, por exemplo, “bebê”, “cômodo”, “pônei” e “fato” (no Brasil) ou “bebé”, “cómodo”, “pónei” e “facto” (em Portugal).

Como podemos perceber, os dois países vêm fazendo reformulações ortográficas ao longo de todos esses anos, com o objetivo de se chegar a uma unificação. O consenso, porém, ainda não existe. Várias são as manifestações de concordância e discordância a respeito da reforma. Os que se colocam a favor afirmam que, agora, os países de língua portuguesa dispõem de um instrumento de comunicação muito mais próximo, promovendo a formação de um bloco linguístico forte capaz de garantir a unidade da língua portuguesa. Já os que se posicionam contra ressaltam os inúmeros problemas da reforma ortográfica, que, devido a exceções descabidas, principalmente no uso do hífen, trarão mais dificuldades para o aprendizado do português e para sua divulgação, uma vez que todas as publicações futuras deverão se adaptar ao novo acordo, gerando um custo muito grande para o setor editorial em função de mudanças pouco profundas. Como se vê, teremos, a seguir, muitas cenas das próximas polêmicas...

(Coluna “No quintal das palavras”. Artigo publicado no Lagos Jornal, Ano V, nº 440, Cabo Frio, quinta-feira, 28-5-2009, p.4)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

ARTIGOS NO LAGOS JORNAL







As professoras Mônica Cabral e Lívia Maria Cabral são colunistas do Lagos Jornal, publicação semanal sobre a Região dos Lagos.



Em sua coluna "No quintal das palavras", Mônica trata das dúvidas mais comuns da língua portuguesa, na fala e na escrita. Já Lívia, com a coluna "Muito além da brincadeira", aborda temas da infância e juventude com o olhar pedagógico.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ATIVIDADES DO MÊS DE AGOSTO

No mês de agosto, as atividades do GELP foram intensificadas. Houve um aumento significativo do número de pessoas interessadas em conhecer mais e melhor a língua portuguesa. Os conteúdos cobrados nos concursos públicos têm sido alvo dessa procura, assim como o desenvolvimento da habilidade da escrita para a redação do ENEM.
O Português instrumental para alunos do curso de Direito está sendo muito procurado. Isso mostra que esses futuros profissionais estão descobrindo a importância dos conhecimentos linguísticos para um melhor desempenho argumentativo no texto jurídico, seja oral ou escrito.
A Metodologia Científica também passou a figurar entre as atividades do GELP, tendo em vista os pedidos de orientação para construir textos monográficos. Nesse caso, é impossível separar o desenvolvimento textual do tema dos elementos básicos de uma pesquisa científica, ou seja, o conteúdo precisa ser distribuído numa estrutura específica. Para isso, conhecer as várias estratégias de produção de texto é fundamental. No momento, estamos com trabalhos na área de Comunicação Social, tanto em Jornalismo como em Publicidade.
E como conhecimento nunca é demais, continuamos oferecendo atualização de conteúdos a professores de língua portuguesa.
Conhecer - e bem - nosso idioma é fundamental para desempenharmos nossas atividades sociais e profissionais com segurança. Se isso lhe parece difícil, o GELP pode mudar sua opinião. Venha conferir!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ATIVIDADES DE JUNHO

Durante todo o mês de junho, oferecemos aulas diferenciadas, atendendo a um público bem diversificado. Confira:
  • Nos estudos individualizados, tivemos o aprofundamento em regência nominal e verbal e o emprego adequado do pronome relativo “que”. Fizemos, ainda, estudos destinados ao desenvolvimento de respostas discursivas em provas.
  • Outro trabalho oferecido foi a oficina de desinibição para a apresentação de trabalhos acadêmicos. As técnicas teatrais utilizadas foram de grande valia, garantiu momentos de diversão e seriedade, mostrando que improvisar é preciso na hora de apresentações orais, como, por exemplo, seminários e defesa de monografias.
  • Nos estudos em grupo, se trabalhou com morfologia, mais especificamente classes de palavras.
  • Visando à entrega de trabalhos acadêmicos de qualidade, fomos procurados para fazer revisão de monografia. Efetuamos, também, a revisão de um texto publicitário, que abordava os pontos turísticos de Cabo Frio, mostrando a preocupação de nosso cliente em revelar à população um produto de qualidade do ponto de vista do conteúdo e da sua estrutura linguística.

Como podemos notar, o GELP oferece muitas atividades e, com toda certeza, existe uma que atende suas necessidades. Não deixe passar a oportunidade de investir em sua formação acadêmica e profissional!

domingo, 12 de julho de 2009

ASSESSORIA PEDAGÓGICA


A Prof.ª Mônica Cabral presta assessoria pedagógica, oferecendo atendimento individualizado a docentes de Português, que, como a Prof.ª Claudete Gomes, continuam a investir na sua formação profissional depois de terminada sua licenciatura.

FORMAÇÃO CONTINUADA


A Prof.ª Claudete Gomes, formada em Letras, escolheu o GELP para aprofundar seus conhecimentos sobre a gramática da língua portuguesa. Está conosco desde a abertura de nossos trabalhos, em abril de 2009.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

CURSOS DE FÉRIAS PARA CONCURSOS

O GELP está oferecendo na segunda quinzena de julho cursos de férias voltados para concursos. São eles:
11 - Texto dissertativo
13 - Concordância verbal
14 - Oração subordinada substantiva
15 - Regência verbal
16 - A coesão
17 - Orações coordenadas
18 - Predicação verbal
20 - Crase
21 - Oração subordinada adverbial
22 -Vírgula
23 - Classes gramaticais
24 - Nova ortografia
25 - Complementos verbais
27 - Tipos de sujeito
28 - Oração subordinada adjetiva
29 - Tipos de predicado
30 - Conjunções
31 - Compreensão de textos

Horários: segunda a sexta: 19h a 21h; aos sábados: 9h a 11h ou 15h a 17h.
Investimento para cada módulo: R$35,00 (com apostila e comprovante de participação incluídos)
Informações: (22) 2643-1270 ou 9968-9038
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domingo, 28 de junho de 2009

LÍVIA MARIA CABRAL NO 7º FUP



A Prof.ª Lívia Maria Cabral, com sua participação no Fórum da Pearson, buscou novas informações relacionadas à Pedagogia e à Andragogia (ensino voltado a adultos).

MÔNICA CABRAL NO 7º FUP




A Prof.ª Mônica Cabral, coordenadora do GELP, participou do evento promovido pela Pearson Education, a fim de ampliar sua formação na área de inovações tecnológicas para a educação da geração multimídia.

GELP NO 7º FUP

Mais uma vez o GELP se fez presente em um evento de sucesso. As professoras Mônica Cabral e Lívia Maria Cabral participaram, no dia 4 de junho, do 7º FUP (Fórum Universitário Pearson), cujo tema norteador foi “A inovação no ensino superior”. No evento, elas assistiram a quatro palestras. A primeira contou com a participação das professoras Laura Coutinho (UFRJ), Edméa Santos (UERJ) e Gilda Helena (PUC) e do Prof. Fredric Litto como mediador. A temática se circunscreveu ao uso das novas tecnologias a favor do educador, com a apresentação de trabalhos realizados com o objetivo de favorecer as condições de aprendizagem. Na segunda, os professores Fábio Câmara e Gregorio Bittar trataram das tecnologias que educam, mostrando como ensinar e aprender com tecnologias de informação e comunicação. A terceira teve a Prof.ª Teresa Jordão como palestrante, que abordou sobre os desafios da comunicação dos conteúdos na educação on-line para o ensino superior. E, para encerrar o evento, o Prof. Luciano Batista apresentou o modelo educacional da Open University – universidade britânica, pioneira em educação a distância, com mais de 40.000 alunos matriculados, parceira de multinacionais e internacionais como a BBC (rede de programas televisivos) – demonstrando como é possível se obter um ensino superior a distância com qualidade.
O conhecimento adquirido no evento reforça a proposta do GELP de que se faz necessário educar bem, pensando nas condições da aprendizagem, seja por meio do olho no olho da sala de aula ou pela tela de um computador.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

COMO FOI O MÊS DE MAIO

O GELP teve, no mês de maio, uma atividade constante de aprendizagem nas várias áreas da língua portuguesa. Para que você fique informado sobre o que nossos alunos aprenderam, em seus estudos individuais ou em grupo, divulgamos os conteúdos trabalhados. Assim, você pode ter um ideia clara do apoio que o GELP pode lhe oferecer para ampliar sua competência comunicativa, seja falada ou escrita. É possível montar um grupo ou garantir o estudo individual, a fim de tornar fácil o que, no momento, você considera difícil. Veja abaixo o que o GELP ofereceu:

ESTUDOS INDIVIDUAIS
· Como ensinar produção textual
· A reforma ortográfica
· O emprego da vírgula
· A crase
· O uso do pronome relativo “que”
· Critérios de correção textual: aspectos formais e estruturais
· Mecanismos de coesão textual
· Os três momentos da redação
· A estrutura do parágrafo
· Como desenvolver as ideias e colocá-las no papel
· A síntese: fichamento, resumo e resenha

ESTUDOS EM GRUPO
· Critérios de classificação das palavras
· As classes gramaticais, segundo a N.G.B.
· Aprendizagem: como organizá-la; como desenvolver a habilidade da leitura; como fazer anotações de estudo
. Mecanismos de coesão textual: empregos de pronomes

quarta-feira, 27 de maio de 2009

GELP EM PALESTRA SOBRE EMPREENDEDORISMO

O GELP marcou presença, no dia 22 de maio, na palestra sobre Empreendedorismo, oferecida pela Universidade Veiga de Almeida, campus Cabo Frio, em parceria com o SEBRAE. Tivemos como representante a Prof.ª Assistente e Relações Públicas Lívia Maria Cabral. Com o evento, foi possível obter informações de grande importância sobre um programa empresarial que oferece subsídios para a implementação do primeiro negócio.
A palestrante do SEBRAE envolveu os convidados, fazendo-os responder a perguntas ligadas ao sonho de ter um negócio próprio. O público mostrou desembaraço e uma grande capacidade criativa. No período de uma hora e meia, foram ressaltados os seguintes pontos: a importância de uma boa administração, da escolha de um local apropriado, do capital de giro, do conhecimento sobre o produto a ser negociado, da mão-de-obra qualificada e da legalização do negócio, para que a atividade escolhida tenha sucesso e prosperidade. Todavia uma informação foi preocupante: muitos empresários acabam fechando as portas por inexperiência, e não por incapacidade, mostrando que planejamento é muito importante na hora de tornar-se seu próprio patrão.
Diante de tantas assimilações valiosas, o GELP não poderia deixar de contribuir com sua experiência também. A nossa representante, ao ser indagada pela oradora sobre os caminhos que o GELP percorreu, até o momento, rumo ao sucesso, afirmou que, realmente, o planejamento é a “alma do negócio bem sucedido”. Além da contribuição com ideias de implementação de estratégias para o desenvolvimento profissional, a professora não deixou de “vender seu peixe”, como bem declarou a representante do SEBRAE. Lívia informou à platéia os objetivos do GELP, sua metodologia diferenciada e o constante compromisso de tornar fácil o que muitos consideram difícil.
A consultora do SEBRAE encerrou sua fala com esta frase: “Um povo bem informado não é um povo iludido”. E a equipe do GELP também acredita nessa afirmação; para tanto, vem contribuindo com a ampliação dos conhecimentos em língua portuguesa, essenciais para a administração e divulgação de qualquer negócio.

terça-feira, 19 de maio de 2009

LINGUAGEM E PODER

A linguagem não é usada somente para veicular informações, isto é, a função referencial denotativa da linguagem não é senão uma entre outras; entre estas ocupa uma posição central a função de comunicar ao ouvinte a posição que o falante ocupa de fato ou acha que ocupa na sociedade em que vive. As pessoas falam para serem "ouvidas", às vezes para serem respeitadas e também para exercer uma influência no ambiente em que realizam os atos linguísticos. O poder da palavra é o poder de mobilizar a autoridade acumulada pelo falante e concentrá-la num ato linguístico.
(GNERRE, Maurizzio. Linguagem, escrita e poder)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

ATUALIZAR É PRECISO. TEMER NÃO É PRECISO.

O século XXI trouxe-nos um grande desafio: a atualização e melhora constantes de nossas competências para que nos mantenhamos competitivos no mercado de trabalho. Daí, a necessidade de treinamentos, desenvolvimento profissional e responsabilidade com a aprendizagem.
Quando pensamos em aprendizagem, grosso modo a relacionamos com as competências técnicas – fundamentais para obtermos um melhor desempenho no ambiente profissional. Boa parte de nossos empregadores, porém, considera algumas competências funcionais e capacitadoras até mais importantes que aquelas. Por isso habilidades intelectuais e qualidades pessoais bem desenvolvidas possibilitam que profissionais consigam destaque no mercado de trabalho, altamente competitivo.
Sendo assim, é preciso uma atenção especial de nossa parte para o conjunto de habilidades que nos permitam tal capacitação. Em primeiro lugar, estão as qualidades pessoais, representadas pela integridade e a honestidade, pelo senso de responsabilidade, pela autoestima e pela sociabilidade. Em segundo, as habilidades básicas, relacionadas ao saber ler bem, escrever corretamente, ouvir compreensivamente e se comunicar de modo eficaz. Em terceiro, possuir as habilidades de pensamento, correspondentes ao pensamento crítico, ao conhecimento diferenciado de analisar, sintetizar e avaliar a complexidade da situação em que estamos envolvidos.
A proposta do GELP é justamente a de criar condições para que essas competências linguísticas que acompanham um profissional de sucesso possam ser desenvolvidas, por meio de uma aprendizagem vivencial, contextualizada e motivadora. Com as habilidades básicas e as de pensamento bem aprimoradas, com certeza as qualidades pessoais estarão mais perceptíveis.

terça-feira, 5 de maio de 2009

PROGRAMAÇÃO DO 1º SEMESTRE

MINICURSO: A nova ortografia da língua portuguesa
Data: 23 de maio e 20 de junho (sábado)
Horário: 15h a 18h.
INVESTIMENTO: R$30,00

OFICINAS: Praticando a gramática
· terça-feira: 18:30 a 20:00
· sexta-feira: 20:45 a 22:15

MAIO: Dias 5 e 8: Regência verbal
· Dias 19 e 22: Crase

JUNHO: Dias 2 e 5: Concordância verbal
· Dias 16 e 19: Predicação verbal

OFICINAS DAS QUARTAS-FEIRAS
Horários: 18:45h a 20:15h / 20:45h a 22:15h

MAIO: APRENDIZAGEM
Dia 13: Como organizar a aprendizagem
Dia 20: Como desenvolver a habilidade da leitura
Dia 27: Como fazer anotações de estudo

JUNHO: PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Dia 10: Como apresentar seminários
Dia 17: Como responder a questões discursivas de provas
Dia 24: Dinâmicas de desinibição para apresentação oral de trabalhos acadêmicos.

INVESTIMENTO: R$ 15,00

segunda-feira, 4 de maio de 2009

EPÍGRAFE DO DIA

(...) cada um de nós tem de saber usar uma boa linguagem para desempenhar o seu papel de indivíduo humano e de membro de uma sociedade humana. Não se pode admitir que um instrumento tão essencial seja mal conhecido e mal manejado; mal utilizá-lo é colocarmo-nos na categoria dos operários que são canhestros e insipientes no exercício de sua profissão.
(CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O GELP tem como objetivo reunir pessoas interessadas em ampliar o domínio oral e escrito da língua portuguesa, por meio de um estudo específico e dinâmico, com a participação ativa dos envolvidos no processo de aprendizagem. A fim de atender as necessidades individuais e de grupos, várias atividades são oferecidas:
1) estudo individual: atendimento individualizado, com a identificação do perfil de aprendizagem;
2) estudo em grupo: atendimento a grupos já fechados, com conteúdo programado pelos interessados;
3) oficinas: estudo de conteúdos pré-programados, com carga horária de 1h e 30min.;
4) minicursos: estudo de conteúdos pré-programados, com carga horária de 3 horas;
5) assessoria pedagógica: atendimento individualizado a professores de Português, quanto a conteúdo, metodologia de ensino e planejamento de aula;
6) revisão de texto: correção gramatical de textos diversos;
7) orientação na escritura de textos acadêmicos: ensino de produção textual, tendo em vista as qualidades básicas do texto;
8) capacitação de professores: cursos de atualização para professores de Português do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) e do Ensino Médio, a serem ministrados na escola, de acordo com a necessidade do grupo.

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
O GELP apresenta uma proposta metodológica voltada para o estudo dinâmico dos conteúdos de língua portuguesa, com o envolvimento ativo dos participantes. O processo de ensino-aprendizagem baseia-se em atividades lúdicas, por meio de jogos pedagógicos, dinâmicas de grupo e teatralização.
Acreditamos ser possível tornar fácil aquilo que você considera difícil.